quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Shamuel era um bom gato

Amarelo bigodudo de olhar arrogante com patinhas rosadas. Ainda lembro como se fosse ontem a primeira vez que o vi (tá, na verdade não vi direito, porque ele era arisco e fugia): eu tinha sete anos e ele tinha um cabeção.
Há anos atrás ele caiu do quarto andar e sobreviveu, e desde então não sei bem onde gastou as outras seis vidas, mas o fato é que ontem ele se foi mesmo. Utáqueopariu.
Quando eu era criança e queria brincar de Rei Leão, só um ser tinha o papel garantido de Simba. Quando eu queria esquentar meus pés enquanto assistia à televisão, só um ser tinha as proporções exatas para cobri-los de maneira eficaz. Quando acordava no mau-humor regular matutino, só um ser não se importava em roçar carinhosamente nas minhas pernas (que eu vou negar que ele só fazia pra ganhar comida...mas ERA) apesar de ser xingado. Morreu virgem e aos onze anos de idade. Um santo, praticamente. Confesso que fará bastante falta.
É, Shamuel era um bom gato.

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