quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

pessoas queimam tanto a cara alheia quanto fogões

Até alguns dias atrás, sempre que eu ia derreter uma barra de chocolate em banho-maria (pros playboys criados a OVOMALTINO e LEITE COM PÊRA que não sabem nem do que é feita uma colher-de-pau: banho-maria consiste numa técnica milenar onde tu bota aguinha numa frigideira e uma panela em cima com o que tu deseja derreter/cozinhar dentro pra que não haja o risco de queimar), tinha que ficar um considerável tempo esperando a boca acender, a panela aquecer, o chocolate começar a querer derreter e o processo pra fazer a cobertura de chocolate para bolos acontecer (juro que essa rima gigante não foi de propósito). Tudo isso por causa do fogão broxa que estava entupido, mas tudo bem, eu já estava acostumada, o processo já era todo planejado e conhecido por mim.
Um dia, Eliana - minha mãe e dona do fogão - chamou o técnico de fogões, que o desentupiu habilidosamente em pouco tempo. A chama agora é tão intensa que hoje, ao tentar fazer o processo da cobertura, não só o chocolate derreteu no que me pareceram alguns segundos, como também a alça, - sim, a ALÇA - da leiteira PEGOU FOGO junto com o pano que estava na minha mão. Se eu estivesse mais próxima, minha cara provavelmente teria incendiado junto. O que me lembra quando eu mudei de colégio e, conseqüentemente, tive que fazer todas as minhas amizades de novo. Ainda que não estivesse totalmente satisfeita, já estava acostumada com a escola velha, com as amizades velhas. O "processo" era todo planejado e conhecido por mim. De repente tudo mudou, e os novos colegas não eram bonzinhos inicialmente, eles eram fechados e gostavam de QUEIMAR A CARA (óbvio que não literalmente) de todos os novatos, igualzinho ao fogão. Conforme o tempo foi passando, eu me acostumei. Agora gosto das pessoas, e creio que elas de mim. Espero que seja igual com o fogão.

Mas que seja, toda essa história era só pra falar que eu sou ruim em metáforas.